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Como estudar de forma produtiva e divertida?

Após prestar concursos, vestibular ou o exame da OAB, muitas pessoas não conseguem entender por que horas de cursinho, estudo, dedicação e pensamento positivo não deram resultado e começam a achar que há algo de errado com elas. Na maioria dos casos elas estão errando na administração do tempo e na distribuição dos conteúdos.

O desempenho desses candidatos pode estar sendo “boicotado” por escolhas que não favorecem a aprendizagem, a memória, a flexibilidade de pensamento e boas estratégias para a realização das provas. É preciso entender o que funciona e levar isso realmente a sério.

A aprendizagem funciona como quase tudo em nosso corpo, ela é um processo que precisa de tempo e tem um ritmo próprio.  Além disto, o candidato deve programar uma jornada realista, mais prazerosa e tranquila durante o período de preparação, garantindo, assim, melhores resultados.

Acreditar que estudar é rápido e que o desempenho depende de sorte para compensar o que não foi aprendido atrapalha muito. É preciso administrar o tempo de acordo com o volume de conteúdo e suas necessidades. Estude os assuntos que tem dificuldade nos momentos do dia que você rende mais. Lembre-se que a lista de conteúdos não é infinita, portanto é possível aprender ao menos parte de todos eles. Saber algo é melhor do que fazer de conta que aquele conteúdo não será necessário.

Achar que memória é a chave para o bom desempenho e que é preciso aprender primeiro para depois resolver exercícios é outro atalho para fracassos. A solução de provas anteriores pode ser uma boa tática para detectar os temas e habilidades mais frágeis. Você pode começar por elas. Primeiro entenda para depois lembrar. A aprendizagem baseia-se em análise e síntese: isto permite associar, ter acesso rápido aos dados e aplicar em diferentes situações.

Associado ao ponto anterior, outro erro comum é achar que estudando uma vez está aprendido ou que assistir aula basta. O êxito não depende só do curso que está fazendo. O cérebro precisa de novos contatos com o que foi visto em aula para assimilar e relacionar conteúdos que darão suporte à memória. O que realmente funciona é repetir o mesmo conteúdo por vias diferentes para fixar mais e por mais tempo. Por exemplo: revisar textos variados, assistir vídeo aulas, fazer leituras relacionadas e resolver exercícios.

Se a desorganização contaminar a noção de tempo, fica ainda mais difícil alcançar bons resultados. Tanto estudar por longos períodos (especialmente próximo dos exames) como ficar enrolando são altamente nocivos. Períodos mais curtos, com intervalos igualmente curtos, alternando conteúdos e formas de estudo rendem mais.

Além disto, fica mais fácil perceber os progressos e sentir-se motivado. Comece já! Não adie, nem espere encontrar o tempo, material ou lugar perfeitos, use o que é possível. O melhor é colocar-se em ação, do contrário a ansiedade, a preocupação e o arrependimento de não ter começado antes podem minar sua disposição e motivação na reta final.

Talvez o aspecto mais desafiante, diante de tantas informações e tantos apelos eletrônicos, seja manter o foco. Achar que consegue fazer várias coisas ao mesmo tempo é uma ideia sedutora, mas pouco produtiva. Todos nós conseguimos fazer mais de uma coisa simultaneamente, mas a atenção vai estar dividida entre as diferentes tarefas, por isso o rendimento vai ser pior. Melhor focar por um tempo menor em uma coisa só de cada vez.

Utilizar esquemas, mapas mentais e resumos feitos por outras pessoas não rende: faça você mesmo. Estas são ferramentas de aprendizagem, elaboradas por quem já aprendeu. Você deve preparar seus materiais para compreender o todo e armazenar as informações de um jeito mais organizado e acessível.

Comparações também não ajudam em nada. Achar que outras pessoas têm facilidade e não precisam se esforçar tanto quanto você, pois elas aprendem rapidinho, só diminui sua confiança; da mesma forma que achar que o desafio é só seu e que você tem que dar conta sozinho.

Use a estratégia certa para o seu tipo de aprendizagem, para tornar o processo mais divertido e produtivo. Bons profissionais da área de aprendizagem podem lhe ajudar a traçar um plano de estudos considerando suas habilidades e a demanda que terá pela frente. Não tenha vergonha em procurar ajuda quando perceber que não está avançando.

O mais importante é que você sempre terá como melhorar suas habilidades e seus conhecimentos, portanto, não se deixe enganar por mitos, dedique-se e observe os progressos.

Texto originalmente publicado no Diário da Região, caderno Vida & Arte, edição de 08 de março de 2014.

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